12 de set. de 2011

Um Conto Chinês


Ricardo Darin (aquele ator que aparece em quase todos os filmes bons argentinos) é o grande destaque desse filme e a presença dele em si já garante a diversão. O roteiro é simples, mas repete fórmulas já bastante batidas. Conhece aquela história do homem marcado por traumas do passado e que acabou ficando fechado, cheio de manias, ou duro, ou de difícil convivência? Aí aparece alguém para enternecer seu coração? Pois é, mas o cinema é cheio dessas mesmas histórias contadas de formas diferentes, então o filme consegue ter alguns bons momentos graças a sua realização e a seu protagonista.

Minha Cotação: * * *




Um Conto Chinês
por Celso Sabbadin

http://cinema.cineclick.uol.com.br/criticas/ficha/filme/um-conto-chines/id/2784

Com poesia e simplicidade, o filme Um Conto Chinês, que não é chinês, convida a uma terna reflexão sobre a ponderabilidade do absurdo. O que é, afinal, um absurdo? Uma vaca despencar do céu? Uma amizade entre duas pessoas que não entendem uma só palavra do que conversam? Uma guerra?

O ponto de partida deste intrigante enigma é o igualmente imponderável encontro entre um argentino e um chinês. O argentino é Roberto (Ricardo Darín, sempre ele) um mal humorado dono de uma loja de ferragens que trata mal seus clientes e é capaz de brigar com seus fornecedores por causa de um punhado de parafusos. O chinês é Jun (Ignacio Huang), rapaz que desembarca na Argentina em busca de seu tio, sem falar uma palavra de castelhano.

O imponderável fará com que as vidas destes dois intrigantes personagens se cruzem de forma, digamos... imponderável. Mas que levanta importantes questões sobre a (in)tolerância entre as diferenças.

Com o perdão da repetição e do lugar comum, Darín está ótimo no papel principal. Pode-se questionar o uso excessivo da trilha sonora de Lucio Godoy (compositor de Tudo Sobre Minha Mãe), que se inspira em demasia nos desgastados padrões norte-americanos e acaba resvalando na mesmice, mas nada que chegue a tirar o brilho desta bela fábula agridoce sobre as pequenas comédias que tecem o drama da vida.

Um Conto Chinês é o terceiro longa escrito e dirigido pelo portenho Sebastian Borensztein, que demonstra aqui talento e segurança na direção. Os dois anteriores, La Suerte Está Echada e Sin Memória (este produzido no Méxco) permanecem inéditos no circuito comercial brasileiro. Já Um Conto Chinês levou mais de 1 milhão de argentinos aos cinemas.


FICHA TÉCNICA
Diretor: Sebastián Borensztein
Elenco: Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Javier Pinto, Ignacio Huang
Produção: Pablo Bossi, Juan Pablo Buscarini, Gerardo Herrero, Axel Kuschevatzky, Ben Odell
Roteiro: Sebastián Borensztein
Fotografia: Rolo Pulpeiro
Trilha Sonora: Lucio Godoy
Duração: 93 min.
Ano: 2011
País: Argentina/ Espanha
Gênero: Comédia Dramática
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Classificação: 14 anos

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